quarta-feira, 1 de maio de 2013

FLY FISHING - PESCA COM MOSCA



O fly ou “pesca com moscas” é considerada uma das mais antigas formas de pesca do mundo, segundo relatos orientais seu início deu-se na Macedônia no ano de 200 a.C  em um rio chamado Astreus, o escritor Claudio Aelianus narra um estilo de pesca que era feita por nativos com um anzol enrolado por linha vermelha e penas de galo e com  um pedaço de madeira de  2 metros que lançavam a isca para o peixe.
O fly, como quase tudo na sociedade, evoluiu. Suas iscas, varas, carretilhas e técnicas vem sendo aprimoradas a cada dia, no Brasil é uma modalidade ainda temida por muitos pescadores, alguns dizem que é coisa de “fresco”, outros que é pra pegar truta e tem também os menos informados que dizem não ter paciência para ficar arremessando aquela linha colorida. Vai entender né....
A pesca com mosca é muito mais fácil do que parece com uma busca rápida pela internet você consegue adquirir conhecimento e entender um pouco mais sobre este estilo de pescaria.
Vamos falar um pouco da vara, ou melhor da carretilha, não, da isca ou começo pela linha? Bem vou começar falando dos quatro. Dos quatro? Sim... Como?
No fly a vara, a carretilha, a linha e a isca formam um conjunto, a vara não é mais importante que a linha, que não é mais importante do que a carretilha e por ai vai... O importante na pesca com mosca é o pescador se atentar ao número do equipamento que está utilizando. Como Assim?
A vara tem um número que deve ser seguido pela linha e acompanhado pela carretilha. Continuo não entendendo.....  Vamos lá...
As varas de Fly são numeradas de #0 a #15, o que vai corresponder com a linha a ser utilizada.
Paulo Cesar Domingos, em seu livro Pescando com Mosca dá uma correlação entre o número do equipamento  e a sua utilização.
Lambari fisgado com equipamento #2

- de #0 a #4 (ultraleve) - pesca em riachos ou pequenos lagos protegidos do vento. Moscas em anzóis nº 28 a 18, e peixes como lambaris, trutas, acarás, tilápias, apaiaris.
 

- #5 e #6(leve) - pesca em riachos, rios e lagoas. Moscas em anzóis nº 16 a 4, e peixes como trutas, apaiaris, pacus-peva, tilápias, tucunarés, bass, etc.
Tucunaré fisgado com equipamento #6
- #7 e #8 (médio) - pesca em rios e lagos médios e grandes, no mar, em baías e canais, etc. Moscas em anzóis nº 14 a 1/0, para pescar a maioria dos peixes de porte médio de água doce. No mar, robalos, xereletes, ubaranas, etc.

- #9 e #10 (semipesado) - pesca em rios e lagos grandes, oceano, longos arremessos e vento forte. Moscas em anzóis nº 6 a 2/0, e peixes como dourados, cachorras, etc. No mar, robalos, camurupins, dourados, olhetes, bonitos, enchovas, etc.
Sail Fishing capturado no Fly


- #11 a #15(pesado - pesca no oceano, longos arremessos e vento forte. Moscas em anzóis 2/0 a 8/0. Peixes como camurupins, dourado, peixes de bico, atuns, etc.


VAMOS CONHECER OS EQUIPAMENTOS

VARA

BLANK. É e haste da vara, parte ativa que é carregada de energia para se fazer o arremesso da linha e isca. O Blank  pode ser construído de bambu, fibra de vidro e fibra de carbono.

RELL SEAT. Local onde a carretilha é fixada na vara, na sua maioria são de metal ou alumínio, mas também podem ser confeccionados com outros materiais como plástico, seu miolo pode ser de madeira ou metal. 
 



GRIPS: É a parte onde o pescador vai segurar a vara no momento do arremesso e também da luta com o peixe. Fabricado na sua maioria de cortiça e pode ser para se utilizar uma única mão ou com as duas, neste segundo caso varas de numeração alta. Na tabela ao lado podemos visualizar o modelo mais apropriado para cada numeração de vara. 

FIGHTING BUTT. Continuação do grips da vara encontrado em varas com numeração acima de #7, onde nada mais é do que uma proteção para o pescador apoiar a vara no corpo no momento da luta com o peixe.

TRIPPING GUIDE. É o primeiro passador da vara de fly, igual a qualquer passador de vara de bait geralmente tem de 10 a 16 mm de diâmetro. 
GUIDES. São os passadores da vara de fly, que variam de acordo com o modelo ou numeração da vara geralmente são feitos de aço inox. 
CARRETILHA
3- 4                                  5-6                                     7-8
A carretilha de fly tem a função, além de comportar a linha, a de auxiliar o pescador no momento da briga com o peixe, muitas carretilhas possuem um bom freio, isso faz com que o trabalho do pescador seja facilitado. O tamanho da carretilha está totalmente ligado ao tamanho da vara e alguns modelos ainda possuem carreteis auxiliares que podem ser trocados facilitando na troca rápida por outra linha.
LINHA E BACKING
A linha de fly é umas das partes mais importantes neste conjunto, ela pode ser Floating (F) que não afunda, Intermediate (I) linha intermediária que vai afundando aos poucos ou Sinking (S) que afundam.
A linha de fly tem, geralmente, em torno de 30 metros. Possui uma parte interna, central, chamada “Alma” (core) e um revestimento (coating) em material sintético. Cada linha possui uma numeração que deve ser usada com uma vara e carretilha do número correspondente.
O formato da linha também é algo importante a ser observado, sua perfil ajuda o pescador a escolher qual a melhor formato de linha de acordo com a pescaria que vai realizar.
Alguns formatos mais usadas:
WEIGHT FORWARD– WF  (Peso à frente):  É a mais popular e a melhor opção para um iniciante, a mais fácil de ser arremessada pois seus primeiros 9 metros da frente da linha é mais pesada, carregando a ação da vara mais facilmente. A linha WF ajuda nos arremessos mais longos e oferece boa precisão mesmo em condições de vento;
DOUBLE TAPER – DT (perfil duplo): Linha com perfil igual em ambos os lados e com a “barriga”(parte mais grossa/pesada) no centro de sua extensão, com esta linha a apresentação da mosca fica  mais suave, uma vez que a parte mais pesada encontra-se na parte central da linha. Ótima para efetuar o arremesso chamado Roll-cast;
TRIANGLE TAPER – TT (perfil triangular): Desenhada por Lee Wulff, esta configuração é uma variação da WF, que tem um afunilamento contínuo  da cabeça da linha. A cabeça pode variar de 8 a 24 metros, dependendo do peso da linha e da sua aplicação. Muitos pescadores acreditam que este perfil provê a melhor transferência da energia no arremesso nas mais variadas distâncias, isso resulta do fato de que o loop se desenrola com a parte mais pesada sempre por sobre a mais leve.
BACKING:
Detalhe do backing enrrolado na carretilha (laranja)
Como já foi citado, a linha de fly mede em torno de 30 metros. Então o que fazer no momento que você pega o peixe e ele começa a tomar a linha?
Aí entra o backing  ou linha reserva, são linhas de multifilamento  que possuem resistência de 20 ou 30 libras e são colocadas na carretilha antes da linha de fly,  a quantidade a ser usada vai depender do tamanho e numeração da sua carretilha, geralmente são colocadas de 30 a 100m.
LÍDER
O líder é a linha que une a linha fly à mosca, ele pode ser cônico, torcido ou de nós.
Cônico: é um monofilamento que começa com uma espessura maior e vai se afinando.
Torcido: confeccionado com linhas de monofilamento torcido, segue o mesmo principio do cônico onde começa mais espesso e termina mais fino, essa técnica de torcer lideres não é muito fácil.
Nós: tipo de líder mais utilizado, onde o pescador através de nós unem as linhas respeitando o principio, da mais grossa para a mais fina.  
O recomendado é que os lideres tenham em suas pontas pequenos loops, pois facilitam a união do mesmo na linha de fly e também do Tippet para ser amarrado a isca. TiP... O que?
Tippet: linha de monofilamento que é colocado no final do líder para amarra e isca, geralmente o tippet é utilizado para que o líder não seja cortado na troca de isca, isso faz com que o líder possa ser utilizado mais de uma vez.
Sequência de montagem do equipamento de fly


ISCAS
No fly, como o próprio nome sugere, são utilizadas moscas, que são atadas utilizando os mais diversos materiais, penas de galo, lã, pelos de animais, e o que mais a sua criatividade permitir. O anzol a ser utilizado é também um fator importante, ele deve estar em sintonia com o tamanho do conjunto.
Na pesca com mosca a isca tem como função imitar uma presa natural de um peixe fazendo com que ela pareça a mais natural possível ao cair na água para enganar o peixe. São classificados como:
Mosca Seca: O método mais popular da pesca com mosca, imita insetos que pousam ou caem na superfície da água, como libélulas, gafanhotos, borboletas, formigas de asa, etc. Devem ser trabalhadas imitando o inseto no qual você esta usando. Geralmente deixadas rodar corredeira a baixo.
Ninfa: Imitam de forma imatura insetos aquáticos e outras formas de alimentos aquáticos de peixes como camarõezinhos, vermes, sanguessugas, etc. Devem ser lançadas ao rio e deixadas descer correnteza a baixo de modo natural o mais próximo do fundo possível assim como um pequeno inseto sendo levado pela correnteza.
Streamers: O Streamer basicamente imita um pequeno peixe, que pode ser trabalhado mais devagar com pequenos toques imitando uma presa ferida ou com alguma dificuldade, ou mais rápido como um pequeno peixe que ataca os filhotes dos predadores.
Espero ter ajudo a você amigo pescador que quer começar ou conhecer um pouco mais o fly fishing, mas tome cuidado ao iniciar a prática, pois você pode se viciar e não tem volta!
Forte abraço!!!
Tiago Macarin Rodrigues

ACESSE O CANAL NO YOUTUBE! CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR OS VÍDEOS!

4 comentários:

  1. Valeu pelas dicas e estou correndo um sério risco de ficar ainda mais viciado pela pesca.

    ResponderExcluir
  2. Valeu mesmo pelas dicas e em breve estarei postando algumas fotos com o resultado do famoso e enigmático fly.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu Erley espero ter lhe ajudado, e espero que você tenha muito sucesso em suas capturas com o fly! www.tmrfishingshop.com.br Abraços!!!!

      Excluir